segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Que barbaridade fazem com as pessoas...

Pessoal,

é vergonhoso um educador passar pelo que esta professora está passando. Não sei qual seria a minha reação se descobrisse que há uma comunidade contra mim.

Acompanhem a reportagem que foi publicada no Umuarama ilustrado, ontem 24/10/2010. Fiquei chocada, mas gostei da atitude da professora, que não vai deixar por menos, todos os envolvidos deverão arcar na justiça com suas responsabilidades.

Professora denuncia difamação de alunos
Humilhação Virtual

Umuarama - A professora de matemática Adelaide Martins Teixeira Camacho decidiu expor para a sociedade a humilhação que está sofrendo de alunos na escola em que leciona. Um grupo de 21 pessoas forma uma comunidade em uma rede social (Orkut), intitulada "Odiamos matemática Adelaide" em que difamam a professora com inúmeras ofensas e ameaças. Adelaide afirma que está ficando cada vez mais insuportável dar aula, embora ensinar ainda seja um prazer e critica o sistema que facilita com que os bons alunos sejam tragados pelos maus. Todas as pessoas que participam da comunidade deverão responder na justiça.
A professora já registrou um Boletim de Ocorrência (BO) na delegacia e se dirigiu a Delegacia da Mulher, onde o departamento de crimes cibernéticos de Curitiba fazia uma visita e se comprometeu em rastrear o IP (Internet Protocol) de cada membro da comunidade para facilitar o processo.
"Estão fazendo exposição da imagem, denegrindo a minha pessoa com palavras horrorosas e até mesmo ameaça de morte", diz.
Adelaide ficou sabendo da comunidade por uma amiga também professora, já que não possui conta na rede social. Logo entrou em contato com a coordenação pedagógica da escola que através de ata convocou por escrito e por telefone os pais para uma reunião que aconteceu anteontem. A comunidade do Orkut tem 21 membros, sendo que apenas 12 ainda estudam no colégio estadual. Na reunião apareceu apenas metade dos que ainda estudam.
A professora afirma que no mesmo dia tentou entrar na sala para dar aula, mas não conseguiu. "Acabei desabando em pranto e sai".
Adelaide dá aula há 25 anos e oito meses, e não esperava encontrar no futuro tamanho constrangimento. "Fui educada à moda antiga, onde se cobrava valores, resultados e comecei a dar aula assim, querendo resultados. Dei aula no supletivo em que os alunos eram mais velhos que eu e era respeitada". Mas agora a história mudou, e segundo ela, o professor que exige educação, é odiado. "Eles não têm que gostar do professor, mas têm que respeitar, porque eu não sou e nunca fui nada disso do que estão falando".
Porém, quando os pais aparecem, sempre o professor é o errado. "Estão mentindo muito e a grande maioria dos pais só ouvem a versão dos filhos".
Adelaide ainda comenta que os professores mais antigos já estão desistindo, afirmando que a geração deles passou e que não é possível mais dar aula para esses jovens. "Nós crescemos com outros valores".
Os pedagogos que deveriam estar fazendo o papel de pedagogos, ficam o tempo todo separando brigas, não dando conta de resolver os problemas de disciplina em sala que nem os professores sozinhos conseguem mais resolver.
No fórum da comunidade do Orkut, um dos tópicos é "o que essa trocha jah fez p vc?", onde um dos alunos escreve: "uma cadela, vagabunda, ordinária, enviada pelo capeta pra atormentar minha vida e a dos outros, você não presta. Eu vou admitir mesmo: já joguei giz, bolinha de papel, bolinha de papel com cola e entre outros mais". Outros tópicos são: "Quem odeia a Adelaide da um grito ae", "Mister Bean, Motoquera do caralho só faz burrada", e ainda há um tópico fazendo referência à pedagoga do colégio.
Adelaide, além do BO, com um advogado está entrando com ação criminal contra todos os alunos e ex alunos. Os de maior deverão responder por si, e pais dos de menor idade já foram informados através da reunião que estão sujeitos a responder pelos filhos. "Isso tudo é reflexo de que a educação no Brasil é uma brincadeira", finaliza.
A página do Orkut ainda continua no ar.

FALHAS NO SISTEMA E FALHAS NA FAMÍLIA

Adelaide afirma que a educação está vivendo o caos. "Estamos em uma situação muito delicada, é claro que não podemos generalizar, mas em grande parte de alunos os pais estão deixando apenas para os professores a educação". Ela critica estar recebendo alunos totalmente sem limites, não tiram material da bolsa, com palavreado muito chulo e agressões verbais entre eles comumente. "E no meio desses tantos temos uma clientela boa que está sendo vítima de tudo isso".
A professora aponta que as políticas educacionais estão voltadas apenas para o aluno que não quer saber de nada. "De primeira a quarta a aprovação é automática, só pego alunos de 8ª série em diante que não sabem a tabuada do dois. Isso significa que estão matando a aula dentro da sala de aula".
Ela também é contra o discurso de que é necessário reciclar os professores já que a grande massa dos alunos que concluem o ensino médio são analfabetos funcionais. "Mas quem é que fala em reciclar as famílias, que estão todas desestruturadas? E nos casos graves de alunos não aparece ninguém para responder por eles".
A professora ainda afirma sentir revolta porque os alunos bons estão deixando de aprender conteúdos por consequência dos que não querem nada e obrigam o professor a parar a explicação inúmeras vezes para pedir atenção. "Mas infelizmente as políticas estão voltas para essa maioria".
Adelaide diz que possui alunos excelentes e que se fossem colocados 100 deles em uma sala, poderia dar aula tranquilamente. "Porém, quem realmente quer aprender acaba sofrendo bulling".

Fonte: Umuarama Ilustrado

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Morreu Mandelbrot, o pai dos fractais

Nascido na Polónia, numa família judia, Mandelbrot mudou-se para Paris quando tinha 11 anos, em 1936, numa antecipação da ameaça nazi. Durante a II Guerra Mundial trabalhou numa quinta em França e, depois da guerra, estudou em Paris e na Califórnia. Em 1952, concluiu o doutoramento em ciências matemáticas em Paris; em 1958, rumou aos Estados Unidos para fazer investigação científica na IBM, onde permaneceu cerca de 30 anos. No final da década de 80, juntou-se à Universidade de Yale, onde ficou até à sua reforma, em 2005.

Foi em 1975 que Mandelbrot inventou o termo fractal, para descrever objectos matemáticos fragmentados e irregulares, cuja estrutura se repete a diferentes escalas. Matematicamente, podem ser objectos infinitos, em que escalas cada vez mais pequenas repetem a geometria da escala maior. A imagem de fractais mais conhecida chama-se precisamente Conjunto de Mandelbrot.

A natureza está repleta de objectos com geometria fractal (que, neste caso, não se repete infinitamente), como é o caso de uma linha costeira ou do sistema de circulação sanguínea. Ou de uma couve-flor, o exemplo que Mandelbrot escolheu no início deste ano, numa das famosas conferências TED, nos EUA. “Se cortarmos um dos ramos da couve-flor, vemos toda a couve-flor, mas mais pequena. Se cortarmos o ramo outra vez, e mais outra, e outra, teremos couves-flores mais pequenas. Portanto, há formas que têm esta peculiar propriedade, em que cada parte é como o todo, mas mais pequena.”

Os fractais, que muitos dos pares de Mandelbrot começaram por considerar “monstruosos”, nas palavras do matemático, vieram a ter implicações em várias áreas, desde a biologia até à física, astronomia ou o sistema financeiro. O seu livro “A Geometria Fractal da Natureza”, de 1982, popularizou estes objectos matemáticos, mesmo entre não especialistas.

O Presidente de França, Nicolas Sarkozy, salientou, em comunicado, que Mandelbrot tinha um “espírito poderoso, original, que nunca hesitou em inovar e em bater-se contra ideias preconcebidas”.

Fonte: http://www.publico.pt/Mundo/morreu-mandelbrot-o-pai-da-geometria-fractal_1461407

sábado, 2 de outubro de 2010

Brasil é primeiro na Olimpíada Iberoamericana de Matemática


O Brasil ficou em primeiro lugar na 25ª edição da Olimpíada Iberoamericana de Matemática, realizada de 20 a 30 de setembro de 2010 na cidade de Assunção, Paraguai. Com duas medalhas de ouro e duas de prata, o país foi o primeiro colocado entre os 21 países participantes. O time brasileiro obteve também a maior pontuação total da competição, com 133 pontos.

O estudante Marcelo Tadeu de Sá Oliveira Sales, de Salvador – BA, que atualmente estuda na cidade de São Paulo – SP, obteve medalha de ouro com 38 pontos sendo a maior pontuação da competição. Deborah Barbosa Alves de São Paulo – SP obteve também a medalha de ouro, enquanto Gustavo Empinotti de Florianópolis – SC, que estuda em São Paulo e Matheus Secco Torres da Silva de Rio de Janeiro – RJ conquistaram medalhas de prata.

O Brasil participa desta importante competição desde 1985 conquistando desde então um total de 89 medalhas, sendo 48 de ouro, 31 de prata e 10 de bronze.

A Olimpíada Iberoamericana de Matemática é realizada desde 1985 com a colaboração dos Ministérios de Educação e de Sociedades de Matemática junto a um importante grupo de professores e alunos. Os objetivos principais da competição são: fortalecer e estimular o estudo da Matemática, contribuir para o desenvolvimento científico da comunidade iberoamericana, detectar jovens talentos nesta ciência e incentivar uma troca de experiências entre os participantes. Este ano participaram da competição as delegações de Argentina, Bolívia,Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, Espanha, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, Porto Rico, República Dominicana, Uruguai e Venezuela, representados por equipes de até 4 alunos, totalizando 81 estudantes.

A participação brasileira na competição é organizada através da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM), iniciativa que tem desempenhado um importante papel em relação à melhoria do ensino e descoberta de talentos para a pesquisa em Matemática nas modalidades de ensino fundamental e médio nas escolas públicas e privadas de todo o Brasil. A Olimpíada Brasileira de Matemática é um projeto conjunto da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Matemática (INCT–Mat).

Esta notícia foi publicada em 29/09/2010 no sítio Correio Brasiliense. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor